"Não aceite pessoas mornas. 

Prefira as que dão frio na barriga, ou esquentam o coração"

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In' Cartas a um Jovem Poeta....

Mergulhe em si próprio e sonde as profundidades onde sua vida brota; na sua fonte encontrarás a resposta à pergunta. Devo criar? Aceite essa resposta tal como lhe é dada, sem tentar interpretá-la. Talvez chegue à conclusão de que a arte o chama. Nesse caso, aceite o seu destino tome-o, com o seu peso e a sua grandeza, sem jamais exigir uma recompensa que possa vir do exterior. Porque o criador deve ser todo o universo para si próprio, tudo encontrar em si próprio e na natureza à qual toda a sua vida é devotada. *Rainer Maria Rilker*

PRIMAVERA

Sol de primavera, 

flores de quimera.

Quem me dera! 

Ser a mais linda flor dela.

Virá com flores tão belas

Chegará  linda, perfumada 

Primavera.

Outono, inverno, verão 

aí então vem ela.

Ah! Bela e florida primavera.

Sobre o vasto campo,da janela

o desabrochar das flores,
 com perfeição se esmera. 

 Exalam bons odores.

Da janela, cores, flores

Quimera...é primavera!

***

ITeixeira

NÃO BASTA ABRIR A JANELA

Há só uma janela fechada, e todo mundo lá fora.

E um sonho do que se poderia ver, se a janela se abrisse.

Que nunca é o que se vê...quando se abre a janela.

(....)

Poemas Inconjuntos, de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, 

extraído do livro Poemas Completos de Alberto Caeiro.

AMAR SEM MEDO

O amor e o medo não podem andar juntos. Quem tem medo não entende nada de amor. Amar é precisamente não ter medo. É acreditar que existe uma força imensa. Quem ama sabe que é também possuído e protegido pelo amor. E que, por isso, caminha noutra altura, voa por cima dos gelos, dos salpicos das ondas, das pedras aguçadas, vai por cima de um mundo muito pequeno, nas asas de um fogo, nas mãos de fadas. Possui outra dimensão. Parece-lhe que quem não ama, é um morto vivo. (Paulo Geraldo)

AUSENCIA

Ausência no fundo 

uma grande presença

Ausência do sonho, presença de ausência

Incessante agonia, constância de sentença

Quisera  denunciar uma constante ausência

Deixo tudo! O meu olhar sozinho, intenso.

Uma dor no coração se expande é densa.

Ausência, porque insiste ser presença?

Por que desnuda minha alma intensa!

Perco-me na tua  ausência....

E me encontro na tua presença.

Deixo o que é inexistente, 

deixo ausente.

Transformar a perda em recompensa.

Eu só quero estar de novo contente...

Saudade de tempo não presente,Ausente.

(IT)